top of page

Importa ser grato.

Importa ser grato. Importa muito. Fazendo-o, digo o outro em mim. Nunca tive equipas, sempre fui (e serei) delas e, sobretudo, para elas.

© Filipe de Macedo

E o projecto Céu tem-me feito senti-lo muito e muitas vezes. Porque se deu voz a quem se atreve a escrever, a quem se atreve a encenar quem tão jovem escreve e a quem incorre no desafio de produzir.

Desde logo, fui feliz porque a audição para a selecção das actrizes para o elenco foi aberto e sem batota. E todas elas, muitas, muitas mais do que pensámos, vieram. E vimos muito talento e gente com ganas de fazer coisas.

As que ficaram não marcam o demérito das que não ficaram, muito pelo contrário: deram-lhes palco, ampliando essa coisa mágica que os actores fazem de construir realidades inventadas. E todas elas, cinco, com cinco talentos distintos, ajudaram-nos a desenhar um Céu que, como todos os céus, tem abertas e fechos, luz e sombra, aliás, como tudo o que contém Verdade.

E com Verdade, autor, encenador, assistência de encenação, elenco, produção, comunicação, realização e edição de vídeo, stylist, designer gráfico, desenhador de luz e compositoras engendraram caminhos para compor uma só partitura mas onde couberam todas as vozes.

E tal foi possível porque o encenador João Ascenso, antes de tudo o mais, percebe de pessoas - condição prévia para se poder entender (e como ele entende!) tudo o mais que de humano se acrescenta a um texto. E por ser assim, deu espaço a todos nós sem o gesto exibicionista de quem o está a fazer com humildade enfeitada. E esta sua humildade contém o traço de quem sabe fazer (e deixa fazer), de quem tem e vê no talento uma responsabilização e não uma vaidade fátua. E tudo isto que és, faz com que sintamos que valemos a pena o que somos.

Grato, porque trabalhamos para quem se irá sentar na plateia. Entregue a Criação, todos nós somos devedores do acto generoso de quem vem para nos ver. É esse o escopo e é essa a gratificação de quem faz da teatral palavra, do teatral gesto e do teatral tudo, o momento largo do infinito efémero, e nada nos torna paradoxalmente tão maiores e tão humildes.

O vosso talento, o de todos vós, esse não o agradeço; aceito-o em mim como uma oferta que a vida me tem dado no contínuo aberto dos gerúndios das coisas boas.

Há ainda mais boa gente que trouxe as suas cores a este Céu: as agências de actores Hit, Glam e Blast, a incansável equipa do Village Underground Lisboa (e a sua magnífica Cafetaria de ternura), a lentesdecontacto.pt, a BOL, a Metal Box, a Luísa Pacheco, a SP Televisão, todos os contribuintes da Campanha de Crowdfunding, a Junta de Freguesia de Alcântara e o Clube VII.

Estou sobretudo muito feliz. Somos, com todas as imperfeições (Graças a Deus e a nós também!), uma equipa. E por ser Verdade, suspeito que o público o irá notar agradecido.

E o teatro e o seu ethos é tudo isto. O meu obrigado, se concordarem e a tal me autorizarem, oferecê-lo-ei, em vosso nome, ao público, em verdade o nosso mais inteiro Céu.

Luís de Macedo (Produtor Executivo)

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
bottom of page