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A PASSAGEM
DAS HORAS
ÁLVARO DE CAMPOS
FERNANDO PESSOA disse um dia que “Álvaro de Campos é o personagem de uma peça; o que falta é a peça” – o que se pode aplicar à ode “A Passagem das Horas” que o poeta deixou inacabada e a que Nelson Cabral vem agora dar corpo.
Poema trágico por natureza, “A Passagem das Horas” é a expressão do homem moderno que procura encontrar-se, que quer saber de si, que deseja acompanhar o louco movimento do mundo, para, no final, concluir que tudo é nada: Álvaro de Campos deseja para si toda a experiência do mundo e, como uma esponja informe, absorver todos os tipos de pessoas, sentir a vida dos outros, seguir o movimento dos corpos, habitar em todos os lugares, comungar de todos os costumes – enfim, captar todos os sentidos do seu tempo.
Mas, dividido entre a paralisia em que se encontra e a velocidade a que aspira, entre tudo querer e em tudo falhar, entre a renúncia e a integração, entre o êxtase e o enjoo, entre o trágico e o esperançoso, o poeta assiste ao tempo que se esvai, assume a sua relatividade, e acaba por se reconhecer como saudade.
É esta a personagem da peça. E agora, encenada pela voz e pelo corpo de Nelson Cabral, eis a peça em que actua Álvaro de Campos – o poeta que se esvaía entre o sentir de mais e o sentir
de menos.
FICHA TÉCNICA
Autor: Fernando Pessoa | Álvaro de Campos
Dramaturgia: Nelson Cabral
Encenador: Nelson Cabral
Interpretação: Nelson Cabral
Multimédia: Luís Andrade
Operação Técnica: Paulo Santos
Espaço Cénico: Mira Correia e Nelson Cabral
Fotografia Cartaz: Fernando Resendes
Fotografia de Cena: Fernando Resendes
Produtor: Duarte Nuno Vasconcellos
Produtor Executivo: Luís de Macedo e Ruy Malheiro
Assistente de Produção: Ulisses Almeida
Produção: Buzico! Produções Artísticas
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